O manjericão é muito mais do que uma simples erva aromática usada para dar sabor a pratos do dia a dia. Originário das regiões tropicais da Ásia e presente em diversas culturas ao longo da história, ele ganhou espaço não só na culinária, mas também na medicina tradicional graças às suas propriedades terapêuticas. Conhecido também como alfavaca, basilicão ou basil, o manjericão carrega um aroma marcante e um sabor inconfundível — mas seus benefícios vão muito além disso.
Rico em compostos antioxidantes, óleos essenciais e nutrientes importantes para o organismo, o manjericão pode contribuir para a saúde digestiva, imunológica, cardiovascular e ainda oferecer suporte natural contra inflamações e estresse. Ele pode ser consumido fresco, seco, em chás, cápsulas ou extratos, o que o torna extremamente versátil e fácil de incorporar na rotina.
A seguir, você vai entender melhor o que é o manjericão, seus principais benefícios, como usar corretamente e quais cuidados tomar antes de incluí-lo na alimentação ou no uso medicinal.
O que é o Manjericão?
O manjericão (Ocimum basilicum) é uma planta aromática pertencente à família Lamiaceae, a mesma da hortelã, alecrim e sálvia. Suas folhas verde-escuras e brilhantes possuem um aroma intenso, resultado da presença de compostos como eugenol, linalol, citronelol e outros óleos essenciais responsáveis por seus efeitos terapêuticos.
Existem diversas variedades de manjericão, entre elas:
- Manjericão italiano – o mais usado no famoso molho pesto; sabor suave e levemente adocicado.
- Manjericão roxo – mais aromático e rico em antioxidantes, com folhas arroxeadas.
- Manjericão santo (tulsi) – muito utilizado na medicina ayurvédica, com propriedades adaptogênicas.
- Manjericão thai – comum na culinária asiática, com aroma mais picante.
Além de enriquecer pratos, o manjericão é utilizado há séculos em rituais, práticas medicinais e preparações naturais. É uma planta de fácil cultivo, que prefere ambientes quentes e ensolarados, tornando-se uma excelente opção para ter em jardins e vasos domésticos.
Para que serve
O manjericão oferece uma ampla variedade de benefícios à saúde graças à sua mistura de nutrientes, antioxidantes e compostos bioativos. Ele atua desde o sistema digestivo até o equilíbrio emocional, sendo considerado uma erva funcional.
Em resumo, o manjericão serve para melhorar a digestão, reduzir inflamações, fortalecer o sistema imunológico, combater bactérias, apoiar a saúde cardiovascular, aliviar o estresse e contribuir para a saúde da pele.
A seguir, veja seus principais benefícios detalhados:
Melhora a digestão
O manjericão estimula a produção de saliva e enzimas digestivas, facilitando o processo digestivo e ajudando a aliviar sintomas como gases, inchaço e indigestão. O linalol, presente em suas folhas, auxilia no conforto gastrointestinal.
Ação anti-inflamatória
Graças ao eugenol — um composto com propriedades anti-inflamatórias — o manjericão pode ajudar a reduzir processos inflamatórios no organismo, sendo útil para dores musculares, artrite leve e desconfortos gerados pela inflamação.
Fortalecimento do sistema imunológico
Rico em antioxidantes como vitamina C e flavonoides, o manjericão ajuda a neutralizar radicais livres e reforçar as defesas do corpo, contribuindo para a prevenção de infecções.
Saúde cardiovascular
O manjericão contém magnésio, mineral importante para o relaxamento dos vasos sanguíneos e melhora da circulação. Seus compostos antioxidantes também ajudam a controlar o colesterol LDL (ruim) e proteger o coração.
Ação antibacteriana
Os óleos essenciais de manjericão possuem forte ação antibacteriana, sendo eficazes contra microrganismos responsáveis por infecções comuns. Por isso, ele é frequentemente utilizado como coadjuvante em preparações naturais.
Alívio do estresse
Algumas variedades, como o manjericão santo, são consideradas adaptogênicas — ajudam o corpo a lidar com estresse físico e emocional. O aroma do manjericão também promove sensação de relaxamento.
Benefícios para a pele
Graças às propriedades anti-inflamatórias e antibacterianas, o manjericão pode auxiliar no cuidado da pele, especialmente em casos de acne leve. Seus antioxidantes contribuem para uma pele mais saudável e protegida.benefícios para a saúde. Aproveitar suas propriedades pode ser uma maneira natural e eficaz de melhorar o bem-estar geral.
Como consumir o Manjericão?
O manjericão pode ser consumido de várias formas, e cada apresentação oferece uma experiência e benefícios diferentes. Veja as principais maneiras de incluir a erva no dia a dia:
In natura
As folhas frescas são ideais para saladas, massas, molhos, carnes, sanduíches e sucos. Para preservar o aroma e os nutrientes, prefira adicioná-las no final do preparo.
Dica: 5 a 10 folhas por dia já são suficientes para uso culinário comum.
Cápsulas
O extrato de manjericão em cápsulas oferece uma dose concentrada da planta, sendo prático para quem busca uso contínuo.
Uso comum: 1 a 2 cápsulas por dia, conforme embalagem ou orientação profissional.
Comprimidos
Utilizados para finalidades específicas, como digestão ou estresse. A dosagem costuma ser semelhante às cápsulas.
Manjericão em pó
Pode ser adicionado a chás, águas aromatizadas, sopas e smoothies.
Quantidade sugerida: 1 colher de café ao dia.
Extrato em gotas
Forma concentrada, ideal para quem busca praticidade.
Modo de uso: 10 a 15 gotas diluídas em água, 2 a 3 vezes ao dia.
Chá de manjericão
Ótimo para digestão, relaxamento e alívio de gases.
Como preparar:
- Aqueça 1 xícara de água até quase ferver.
- Adicione 1 colher de sopa de folhas frescas ou 1 colher de chá de folhas secas.
- Tampe e deixe em infusão por 5 a 10 minutos.
- Coe e beba até 2 xícaras ao dia.
Importante: não ferva as folhas diretamente, pois isso diminui a ação dos óleos essenciais.e uso. Incorporar manjericão na rotina diária, seja na forma fresca ou em suplementos, pode ser uma maneira deliciosa e saudável de aproveitar seus inúmeros benefícios.
Tem contraindicações?
Embora o manjericão seja seguro para a maioria das pessoas quando consumido moderadamente, alguns grupos devem ter atenção devido aos compostos da planta, como o eugenol e seus efeitos no organismo.
Principais contraindicações:
- Gestantes e lactantes: o uso excessivo pode estimular contrações ou alterar a produção de leite.
- Pessoas com alergia ao manjericão ou plantas da mesma família: pode causar irritações ou reações alérgicas.
- Indivíduos com distúrbios hemorrágicos: o eugenol pode interferir na coagulação.
- Usuários de anticoagulantes: o manjericão contém vitamina K, que pode reduzir o efeito dos medicamentos.
- Pessoas com diabetes: pode alterar levemente os níveis de glicose.
- Indivíduos com pressão baixa ou uso de anti-hipertensivos: o manjericão pode potencializar o efeito dos remédios.
- Crianças pequenas: uso deve ser moderado e preferencialmente sob orientação.
- Pré e pós-cirurgia: pode aumentar o risco de sangramentos; recomenda-se interromper o uso semanas antes do procedimento.
Se houver dúvidas ou condições de saúde pré-existentes, consulte um médico ou nutricionista antes de iniciar o uso regular.ial garantir que seu uso seja seguro para evitar qualquer complicação. Manter-se informado e buscar orientação médica pode ajudar a aproveitar os benefícios de forma segura e eficaz.
Bibliografia
- NATIONAL INSTITUTES OF HEALTH. Basil: Uses, Benefits, and Risks. MedlinePlus. 2023.
- GHOSH, S. et al. Basil (Ocimum basilicum) and its therapeutic uses. Journal of Herbal Medicine. 2021; 25: 100404.
- PETERSEN, M.; SIMMONS, C. Essential Oils of the Lamiaceae Family. Molecules. 2018; 23(1): 30.
- COHEN, M. Tulsi—Ocimum sanctum: A herb for all reasons. Journal of Ayurveda and Integrative Medicine. 2014; 5(4): 251-259.
- STATPEARLS. Basil (Ocimum basilicum). StatPearls Publishing. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK557860/
- LORENZI, H.; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil. Instituto Plantarum. 2019.
- KIM, H.J.; CHO, H.S. Antioxidant and anti-inflammatory properties of basil extracts. Food Science and Biotechnology. 2017; 26(5): 1649–1656.
- WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO Monographs on Selected Medicinal Plants. Volume 3. 2007.
